Social Media também é PR <digital>

Social Media também é PR <digital>

O mundo mudou. Em caso de dúvida, as várias reuniões no Zoom ou o alerta de mais um webinar refrescam-nos a memória e confirmam a nova tendência. Vimos as empresas mais tradicionais a adaptarem-se ao teletrabalho mais rápido do que a Mary Poppins soletra o seu su-per-ca-li-fra-gi-lis-ti-cex-pi-a-li-do-ci-ous e isso faz-nos acreditar que a mudança realmente chegou para ficar.

Gostamos de pensar que nem tudo é mau. E que a Covid-19 só veio dar força a este nosso mundo que não é assim tão novo – o contacto online, a importância de trabalhar a reputação das marcas no digital e a adaptação às novas tecnologias, como forma de estreitar relações e fazer crescer negócios há muito que é considerado um dos grandes desafios da nossa profissão. Como contadores de histórias, passámos do papel ao digital nas últimas décadas e hoje, o nosso universo influente vai muito para além da redação. Passa por trabalharmos marcas e comunidades que se alimentam sobretudo do online, que pedem muito mais do que o lançamento de um press release ou de contactos com jornalistas para fazerem crescer os seus negócios.

Um dos grandes pilares da assessoria de imprensa é fazer a ponte entre a marca e os jornalistas. Encontrar o melhor ângulo de comunicação, escrever aquele press release certeiro que ganha todos os hits da imprensa, lançar o conteúdo para meios estratégicos, fazer follow-ups com jornalistas. Mas, o ponto de viragem está precisamente aqui, porque a assessoria de imprensa tradicional, por si só, já não basta.

Na era do digital, não podemos limitar a influência e o crescimento de uma marca ao contacto com a imprensa porque isso significa perder muitas oportunidades de crescimento e visibilidade. É preciso saber reinventar-se e criar novas formas de conversão de negócio. É preciso atuar além dos meios de comunicação, é preciso dar importância à assessoria digital. A <nova> assessoria de imprensa digital é analítica, estratégica e dinâmica. Adapta-se rapidamente ao contexto onde os seus clientes estão inseridos e arranja estratégias para que cresçam em todas as frentes.

A <nova> relação com as marcas
No mundo novo, os canais de comunicação existem para serem aproveitados ao máximo. Por isso, e além do habitual relacionamento com os media, é importante delinear uma estratégia de comunicação 360º, completa, arrojada e que responda às necessidades de uma marca nos dias de hoje. Aqui entram, sem sombra de dúvida, as redes sociais que, citando uma das nossas mais sábias estrategas, também são PR, mas digital.

É preciso ouvir as marcas – e também quem está por detrás delas - perceber exatamente o que querem transmitir e como o pensam crescer antes de estruturar a uma proposta que se adapte às suas metas e objetivos. Depois, há que a implementar nos diferentes meios, ouvir e compreender a comunidade e perceber exatamente qual é o público-alvo, para só depois entrar em jogo o pensamento analítico - medir e analisar os resultados para identificar o que está bem e o que podia estar melhor. A isto chama-se social listening, uma das grandes bases da nova tendência, que procura construir todos os dias, ações de comunicação que estejam cada vez mais alinhadas com a realidade digital.

Onde entram as redes sociais?
Já não é novidade para ninguém de que a gestão de redes sociais também faz parte das relações públicas. Não operam em universos separados, muito pelo contrário, complementam-se e podem ser a chave do crescimento de um projeto em todos os canais possíveis. Ao permitirem uma comunicação direta com a comunidade, as redes sociais aumentam as possibilidades de conhecimento de um determinado target e a alavancam uma presença mais forte e consistente das marcas no seu mercado envolvente.

A partir de uma boa gestão e estratégia de social media é possível dar-se uma personalização extra à marca e aproximá-la do seu público-alvo, numa relação on time, feita fundamentalmente pela gestão de comunidade, que não só cria engagement, como também gera leads e conversão para o próprio negócio. Esse costumer service digital, além de solucionar problemas ou dúvidas, também nos mostra enquanto gestores de comunicação de uma marca, onde incidem as suas principais debilidades e por onde devemos orientar a nossa estratégia para melhorar a sua presencia e performance nos meios digitais.

Foco, estratégia e humanização
Uma das primeiras coisas que, enquanto agência, devemos fazer é ouvir o cliente. Perceber onde quer chegar qualitativa e quantitativamente. Esse é o grande foco e para o qual traçamos objetivos. Primeiro, ouvimos a sua história, a história do seu projeto e o que lhe cria esse brilho nos olhar. Depois, encontramos o melhor ângulo para a contar e fazemos acontecer. Lançamos um press que chega aos meios mais influentes para o negócio, clipamos as noticias e apresentamos o resultados. Usando todos os meios que dispomos hoje em dia, voltamos a contar as mesmas histórias, mas desta vez de uma forma mais curta, objetiva e em forma de copy, no Facebook, no Instagram, no LinkedIn e em todas as redes sociais que façam sentido.

O resultado pode ser brutal, se não perdermos o foco e aquele entusiasmo típico do inicio de qualquer relação arrebatadora. Em assessoria, considera-se uma boa estratégia aquela que incide no aparecimento da marca nos meios de imprensa mais influentes da área de negócio da marca trabalhada. A análise posterior do cliping, é valiosa para se perceber se a ação correu bem, mas também para analisar a concorrência, o nicho de mercado ou possíveis tendências que podem ou não impactar o sucesso do negócio. Sem esquecer o SEO, cada vez mais presente em estratégias de assessoria de imprensa, e que, através das keywords certas pode ajudar ao posicionamento da marca no campo digital.

As redes sociais não diferem muito. O caminho até ao sucesso talvez não passe pelos bons contactos estabelecidos com jornalistas, mas certamente depende da relação que se estabelece com a comunidade e com o engagement que se consegue extrair através de um bom planeamento de conteúdo. A partir de um reporting detalhado e de um acompanhamento das redes diário, é possível perceber-se os pontos mais fortes e mais débeis de uma marca, analisar a concorrência e se a estratégia adotada é bem sucedida. Nisso, realmente, não diferem muito. Só operam em campos de comunicação diferentes, que se complementam na perfeição.

Mas afinal, porque é que o PR e o Social Media já não conseguem largar as mãos? Sem dúvida, pela capacidade única que as redes sociais têm de criar storytelling e humanizarem uma marca. A comunicação unilateral feita através da assessoria de imprensa já não é suficiente. É fundamental conhecerem-se os rostos que estão por detrás de um negócio e as redes sociais abrem essa caixa de pandora como ninguém. A humanização das marcas cativam os consumidores e fortalecem a confiança no produto. Para receber, é preciso dar, criar empatia e estreitar laços, claro está.

O que impulsiona uma marca ainda reside em ações de assessoria de imprensa tradicional, mas o conversor desse êxito no novo mercado digital, passa sempre por uma boa presença nas redes sociais – além de um bom site e de um bom posicionamento web, mas este tema fica para outro artigo. Estes dois campos, outrora tão distantes e aparentemente díspares, caminham agora lado a lado. É a isto que chamamos PR <digital>.

Maria João Lopes
Head Account & Head of Social Media

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